Síndrome da Hiperestimulação Ovariana

Síndrome da Hiperestimulação Ovariana

A Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO) é o efeito colateral mais comum da estimulação ovariana. Qualquer que seja a técnica de reprodução humana assistida, coito programado, inseminação artificial, fertilização in vitro ou ICSI, a estimulação dos ovários faz parte do processo.

Um terço das mulheres que recorrem aos métodos acima citados apresentam algum grau dessa síndrome. As taxas de estradiol acima dos níveis normais e os numerosos folículos ovarianos excitados desencadeiam reações desconfortáveis para as pacientes que precisam ser monitoradas.

Os principais sinais de que uma síndrome de hiperestimulação ovariana está em curso é a retenção de líquido e inchaço no abdômen, náuseas, vômitos e desidratação. Em casos mais extremos pode ocorrer coagulação no sangue. O risco de morte é muito baixo.

A SHO pode ser diagnosticada como leve, moderada ou grave. Acúmulo de fluidos, náuseas e aumento de peso são os efeitos sentidos quando a intensidade da síndrome é leve. O grau moderado, via de regra, apresenta de maneira mais intensa esses mesmos sintomas.

Nos quadros mais graves pode ocorrer dificuldade ou mesmo incapacidade de urinar e, não raro, vômitos.

O inchaço abdominal também se faz presente e acarreta incômodo considerável. É preciso tomar muito cuidado e monitorar o pH e viscosidade do sangue, além de levar em consideração a possibilidade de trombose venosa e falta de ar.

Um aspecto fundamental para identificar a gravidade da SHO é o tamanho dos ovários. Exames como ultrassom transvagianal e abdominal são capazes de identificar a dilatação ovariana. Tal acompanhamento é fundamental para nortear as possibilidades de reduzir e tratar os sintomas.

Tratamentos

O monitoramento dos sintomas é de fundamental importância para uma intervenção clínica precisa e que não coloque as pacientes em risco.

Identificados os sintomas, seus níveis de intensidade e feitos os exames necessários, uma série de procedimentos podem ser colocados em prática para tratar a síndrome da hiperestimulação ovariana:

  • consumo de líquidos ricos em eletrólitos (ao menos 3,5 litros)
  • redução das atividades físicas
  • medicamentos antieméticos (para náuseas)

No caso da retenção de líquido no abdômen é possível realizar drenagens com seringa, técnica chamada de paracentese. Há casos em que são necessários mais de um procedimento de drenagem por dia. A depender da situação do quadro clínico, medicamentos para reduzir a retenção de líquidos, como a cabergolina, também podem ser receitados.

Caso o atendimento ambulatorial não consiga melhorar significativamente o quadro de SHO, a internação hospitalar é indicada. Pode ser que a administração de fluidos intravenosos seja necessária, a fim de conter de forma mais rápida, os sintomas mais agressivos.

A principal complicação da síndrome da hiperestimulação ovariana é a coagulação do sangue devido a desidratação. Esses coágulos na corrente sanguínea podem se deslocar para órgãos vitais do corpo e o resultado pode ser fatal.

Por todos esses fatores, é importante reconhecer os primeiros sinais de hiperestimulação ovariana para que sejam remediados o quanto antes.

Os sintomas costumam aparecer após a ovulação e sua regressão leva, em média, duas semanas para acontecer.

Caso a gravidez aconteça os sintomas tendem a persistirem por mais tempo. Entretanto, eles recuam de maneira gradativa e não comprometem a gravidez.

Redução de Riscos

É possível adotar alguns cuidados para que as chances de desenvolver SHO sejam menores:

  • uso de outros tipos de medicamentos estimulantes ao invés da ganadotripina coriónica humana (hCG), como o leuprolide.
  • optar por doses menores dos medicamentos de estimulação ovariana.
  • administração de cabergolina para reduzir retenção de líquidos abdominais.

Em caso de gravidez pode acontecer um prolongamento do quadro de SHO. Portanto, é comum que a paciente seja aconselhada a evitar a gravidez imediata caso apresente sinais de SHO e faça a opção pelo congelamento de óvulos para a transferência em um momento mais promissor. Essa medida pode evitar uma indesejada progressão da síndrome.

Os fluidos intravenosos também podem ser recomendados como uma estratégia preventiva para pacientes com alto risco de desenvolver SHO.

A importância de estar sempre atenta aos sinais que o corpo envia é preponderante para evitar complicações durante procedimentos de reprodução humana assistida. Siga a recomendação dos profissionais especializados, converse e tire todas as dúvidas que possam ocorrer.

Você pode se interessar:

Compartilhe:

WhatsApp
Email
Facebook
LinkedIn
Twitter